Agricultura
Preços desequilibram mercado de produtos químicos
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Desde o início de 2023, as importações de produtos químicos pelo Brasil aumentaram consideravelmente, mantendo-se entre US$ 5 e 5,5 bilhões por mês, um aumento significativo em relação aos valores pré-pandemia que variavam entre US$ 3 e US$ 4,5 bilhões. Esse aumento foi limitado por uma redução de 17% no preço médio dos produtos importados até agosto. Em contraste, as exportações de produtos químicos do Brasil têm valores mensais mais baixos, em torno de US$ 1,2 bilhão por mês, correspondendo a cerca de 1,2 milhão de toneladas enviadas para outros países.
Exceto pelos produtos químicos relacionados ao agronegócio, a maioria dos outros grupos de produtos químicos teve aumento nas importações, com preços notavelmente mais baixos em relação ao ano anterior. As importações de produtos químicos totalizaram US$ 41,9 bilhões, uma queda de 24% em comparação com 2022, principalmente devido a uma redução de 39,1% nos preços médios. Isso causou desequilíbrio no mercado interno e provocou aquisições predatórias e desleais, impulsionadas pela competitividade artificialmente sustentada devido à guerra no leste europeu.
“As exportações, por sua vez, alcançaram US$ 9,9 bilhões, redução de 17,8% na comparação com o valor registrado entre janeiro e agosto do ano passado, resultado que vem seguidamente se agravando no contexto das dificuldades econômicas cambiais da Argentina, individualmente principal mercado de destino dos produtos químicos brasileiros, o que agravou o nível de ociosidade em grupos de produtos estratégicos fabricados no País.
O déficit na balança comercial de produtos químicos de janeiro a agosto de 2023 chegou a US$ 32 bilhões, valor superior à grande parte dos déficits anuais das últimas duas décadas. Nos últimos 12 meses (setembro de 2022 a agosto de 2023), o déficit comercial atingiu a marca de US$ 51,7 bilhões, reiterando a necessidade de urgentes medidas de combate contra importações predatórias e de preservação do mercado doméstico das vulnerabilidades externas em cenário internacional particularmente bastante adverso”, indicou a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).
Fonte: Abiquim – Associação Brasileira da Indústria Química